Quem já não ouviu falar da chamada "bolsa-cadeia". Benefício concedido as famílias dos presos no Brasil, que paga até R$ 971 por mês, se o detento quando for preso estiver contribuindo para a Previdência. O que muitos não sabem é que esse detento tem um gasto duplicado para o Estado, já que além de comida, bebida e auxílio médico, temos também o bolsa-presidiário. Só nos últimos 5 anos, o governo federal pagou R$ 25 milhões para famílias de 37,5 mil presos só no Noroeste paulista.
A Previdência Social pagou R$ 434 milhões em auxílio-reclusão no ano passado. O valor é 18% maior do que o de 2011, quando foram pagos R$ 368,3 milhões em benefícios. Com relação a população carcerária, os dados também são alarmantes. Segundo dados do Ministério da Justiça, o número total de presos em penitenciárias e delegacias brasileiras subiu de 514.582 em 2011 para 549.577 em 2012. Nas últimas duas décadas o ritmo de crescimento da população carcerária brasileira (380,5%) só foi superado pelo do Camboja (aumento de 678% em 17 anos) e pelo de El Salvador (aumento de 385% em 19 anos).
Apenas 6,5% dos detentos recebem o benefício
Na contramão do que a população acredita somente 6,5% dos presos recebem o auxílio-reclusão. No primeiro mês de 2013, 38.618 presos receberam-no , segundo boletim da Previdência Social. Em janeiro, foram pagos R$ 28,1 milhões em benefícios e cada família de detento beneficiado recebeu em média R$ 728.
População carcerária
Se no país a bolsa-presídio é maior que o salário minímo do trabalhador e a população carcerária é a 4° maior do mundo, como fazermos as pazes com a indignação? As nossas prisões são um verdadeiro caos e todos merecem o mínimo de dignidade. Precisamos de reformas dentro e fora do sistema.
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